Os Mitos do Narcisista. Terceiro Mito: Ele é o anfitrião perfeito.
O narcisista adora ser o centro das atenções e, por isso, habitualmente organiza encontros, festas ou outros eventos sociais. Contudo, não se cerca de pessoas por apreciar suas personalidades, mas para desfrutar do efeito que produzem nele. As motivações do narcisista são tão honestas quanto as de um político em período de eleições. Seja Natal, aniversário, festa de formatura ou casamento, tudo é planejado de forma um tanto quanto nazista pelo narcisista. Estes eventos são conduzidos nos limites da residência dele, ou em lugares indicados por ele. Não existe democracia nestes procedimentos, pois é ele quem escolhe os convidados, define o tipo de comida, decoração, música, etc. Ai da vítima ousar tirar-lhe este direito, ele vira o demônio ou abandona tudo, profundamente magoado. Na eventualidade dele passar o controle para os outros, terá a oportunidade de criticar os esforços alheios, reafirmar a soberania de costume e seus padrões de perfeição. Diante do domínio narcisista, resta um sentimento de impotência, de que nada do que a vítima diga ou faça é válido. A vítima é tomada por uma tristeza humilhante por nunca contribuir com nada positivo, independente da sua idade ou experiência. Se, inicialmente a vítima se anima com o planejamento de um evento narcisista é porque o entusiasmo dele acaba sendo contagiante. Mas, durante e depois de ter participado, a vítima se sente como nada mais do que um acessório, enganada e manipulada. Mais do que isso, ele faz com que a vítima se sinta como uma atriz coadjuvante de quinta categoria. Enquanto a vítima posa de ajudante atrapalhada, ele flutua contente entre os convidados, mencionando sutilmente sobre a incompetência da vítima em organizar um simples jantar. Para o narcisista, a celebração simboliza um momento de ostentação, caso disponha de recursos financeiros é a oportunidade ideal para alardear seu status privilegiado. Na mesa do narcisista abonado só há do bom e do melhor desde os talheres até as baixadas, tudo é absolutamente perfeito, cintilante. Até a comida servida pelo narcisista tem etiqueta de grife, tudo que serve é especial, inovador. O narcisista pode até viver de economias, mas o exibicionismo dele não tem limites. Enquanto em família, o repertório culinário não se aventura além da comida fit, pois ele teme engordar, na presença de convidados, todavia, a mesa da sala de jantar se torna tão sofisticada quanto um banquete em um restaurante de luxo. A diferença é marcante. O acesso ao castelo narcisista concede-se mediante uma pequena taxa e de seus convidados honorários, o narcisista espera nada mais do que admiração absoluta. Quando a vítima se torna parte do circo narcisista, nada mais natural que se comporte como palhaço. Durante um encontro oferecido por ele e regado a comida e a bebida, a vítima deve, constantemente, elogiar o anfitrião. A vítima deve, primeiramente, reconhecer o caráter único do que ele oferece e torná-lo incomparável. Para pessoas que se sentem bem em encontros e relacionamentos superficiais, a casa do narcisista reproduz o ambiente perfeito. Para quem se sente confortável no papel de baba-ovo, o narcisista é o anfitrião ideal. Já para aqueles que acham a ideia de encenação social uma piada, a casa de Narciso deixa a desejar. Gosto não se discute. O importante é que o convidado do narcisista saiba exatamente o seu lugar: em casa de narcisista só quem pode brilhar é ele!
4/28/20231 min read